Angélica Malinverno na hora do adeus: «O meu coração é do Benfica»

/ Voleibol

05-06-2025 16:07

Duas épocas após ter chegado ao Benfica e depois de ter capitaneado a equipa encarnada que se sagrou campeã nacional em 2024/25, {PLAYER_LINK|1235287|Angélica Malinverno} despediu-se das águias, com direito a uma entrevista à BTV, estação para a qual fez juras de amor ao emblema lisboeta. Conquistar o campeonato, 50 anos depois: «Fizemos uma grande meia-final contra o FC Porto, e, claramente, a equipa fica empolgada e motivada. O SC Braga fez uma meia-final muito dura contra o Sporting, com muito mérito conseguiu chegar à final, e tínhamos consciência de que iam ser jogos muito difíceis. Claro que todos os atletas pensam no melhor cenário possível, ganhar a série rápido, ganhar os jogos tranquilamente, mas tínhamos consciência - e até falei isso em algum momento - de que cada jogo tem uma história, e a final não era diferente. Conseguir chegar a um quinto jogo, perdendo uma série por 2-0, tendo de ganhar o terceiro jogo da maneira como foi, o quarto jogo na casa delas, e podendo trazer a possibilidade para a Luz, é muito do que foram estas duas épocas: alguns altos e baixos, alguns momentos melhores e outros piores. Ninguém entra num jogo a achar que vai perder, mas tinha uma sensação dentro de mim de que jamais perderíamos aquele jogo.» Presença das Marias (últimas campeãs pelas encarnadas antes de 2024/25): «Achei uma atitude incrível do clube realmente mostrar que o passado anda sempre atrelado com o futuro e, tê-las ali connosco, algumas já com um pouco mais de dificuldade, mas a querer fazer parte, a contar e a perguntar as coisas, foi incrível. A partir do terceiro jogo, que foi quando elas foram para o pavilhão connosco, e até à final, poder tê-las ali durante a comemoração do título, foi incrível. É uma coisa palpável tê-las ali, e ouvi-las contarem as histórias e como era na época, que era muito mais difícil do que é hoje, é emocionante.» As memórias e a despedida: «O meu coração é do Benfica, vou estar a acompanhar, a torcer, de vez em quando a mandar uma mensagem para brigar com alguma delas, tudo dentro do normal. Tenho muito carinho pelo clube, muito respeito pela história do clube e ainda mais pela maneira como as pessoas me trataram aqui. Uma equipa muito aguerrida, muito trabalho, seriedade. Foram dois anos de muita resiliência, pessoal, primeiro, mas também dentro da equipa. Levo a alegria das vezes que desfilámos as taças para os adeptos no estádio, é realmente impactante. De estar ali no dia a dia, de estar às vezes a andar, ir para um jogo, alguém parar e perguntar, essas pequenas coisas. Os títulos são sempre muito importantes e vão sempre ficar marcados, mas é a maneira como somos tratadas, a maneira profissional, o carinho das pessoas que nem sempre aparecem, que estão dentro da estrutura connosco a dar uma força, então são essas pequenas coisas que vou levar.» Em duas épocas nas águias, Angélica Malinverno somou 70 jogos e 604 pontos, números que ajudaram à conquista de uma I Divisão, uma Supertaça e uma Taça de Portugal.