José Mourinho: «Se ganharmos ao <i>Leverkusen</i>, entramos no meio da luta pela qualificação»

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04-11-2025 14:42

Na antevisão ao duelo frente ao Bayer Leverkusen, a contar para a quarta jornada da Fase de Liga da Champions League, José Mourinho realçou a preponderância deste jogo na luta das águias pela passagem à próxima fase. O Special One enalteceu, ainda, a maior gama de opções para as diferentes posições no terreno. Análise ao adversário: «É parecido, do ponto de vista tático, ao de Xabi Alonso. É parecido nos desenhos que põe em campo, na organização ofensiva, com alguns jogadores diferentes, mas que foram substituídos por jogadores de perfil semelhante. É uma equipa que defende a cinco, mas, do ponto de vista da organização defensiva, constrói a três e a quatro, com muita rotações, com um avançado mais fixo. É uma equipa difícil, que teve um início de época complicado. Depois, muda de treinador. Este treinador demora algum tempo a encontrar, e encontraram-se. Este último resultado, contra o Bayern Munique, é um bocadinho descontextualizado, porque o Bayern Munique é uma das equipas mais fortes da Europa, além de que vinham de um jogo da Taça e repousaram alguns jogadores, como foi o caso do Grimaldo.»  «Olhando para a Liga dos Campeões e para a tabela, são duas equipas a precisar de pontos. Espera-se um jogo de dificuldade alta para nós e para eles. O estádio pode estar cheio de gente que vai ver o jogo, ou cheio de gente que quer jogar o jogo. Se eles quiserem jogar, acho que vamos ganhar.» Fase delicada na Liga dos Campeões: «O Benfica tem cultura de vitória. Não consigo dizer se é mais fácil trabalhar sobre vitória ou derrota, honestamente, porque, às vezes, as coisas variam. Às vezes, um momento de vitórias traz relaxamento. Às vezes, um momento negativo traz uma vontade grande de voltar a ganhar e modificar o estado das coisas. Já passámos pelo momento negativo da derrota em Newcastle, e a reação foi muito boa, ganhámos três jogos seguidos. Amanhã, espero que essas três vitórias, os golos que marcámos e os que não sofremos, a maneira como dominámos... A Liga dos Campeões é um contexto diferente e o nível do adversário é completamente diferente, mas espero que traga uma equipa confiante, a sentir maior empatia com o estádio e menos pressão. Acho que os jogadores vão estar à altura e as coisas vão correr bem.» Relação com os jogadores da formação e as diferentes soluções: «Insónias... Só ontem, porque os miúdos fizeram um bocado de barulho. Eram 23h00 e tal e ainda estavam na brincadeira, a ouvir música. Só eles é que me causaram insónias. Insónias, não, mas muito trabalho, muita análise ao adversário, para tentar chegar a conclusões sobre a minha equipa. O leque de opções vai-se alargando com a confiança que me dão. Por exemplo, o jogo que fizeram Schjelderup e Barreiro, em Guimarães, o mais que provável regresso do Amar Dedic, o aumento das opções... Não dá insónias, mas muito a pensar, para encontrar o puzzle correto.» A importância de vencer para regressar à corrida pela passagem: «A situação é muito óbvia. Quando o jogo acabar, ainda estarão 12 pontos de disputa. Mesmo que, amanhã, tenhamos zero pontos, podemos fazer 12, e, com 12, qualificamo-nos. Agora, se olharmos para quatro jogos com zero pontos, temos de ser muito otimistas para dizer que vamos fazer 12 e qualificar-nos. Obviamente que é um jogo importante. Se ganharmos, estamos completamente no meio da luta pela qualificação. Se não ganharmos, a situação fica mais difícil, mas tem de ser um jogo jogado com a alma de quem quer muito ganhar, sem receio desse tipo de responsabilidade. Se o estádio esteve connosco num jogo de Taça da Liga... Já percebi que, neste país, as pessoas dão muito pouca importância à Taça da Liga, e o estádio esteve connosco. Só posso imaginar que, amanhã, estarão lá para jogar, também, e os jogadores têm a maior motivação. Acredito que as coisas vão correr bem.» O regresso de Grimaldo à Luz e as suas aptidões na bola parada: «É exímio nessa situação muito específica, mas praticamente em todos os jogos há esse alerta para não cometer faltas gratuitas, mas há faltas que têm de ser cometidas. Eles são fortes, também, em lances de bola parada, com cruzamentos laterais, pontapés de canto... Têm quatro jogadores acima do 1,90m. Nós não somos, propriamente, uma equipa de gigantes, mas não posso dizer aos jogadores que não façam cantos porque eles são perigosos. Temos de jogar com equilíbrio. O Grimaldo não é um jogador importante apenas por isso. É um jogador que, na dinâmica ofensiva, é muito importante, jogando aberto, por dentro e como médio. É um jogador excelente, ao qual temos de ter a maior atenção.» Tomás Araújo ou António Silva? Ninguém perdeu a titularidade: «O António não perdeu a titularidade, de modo algum. Com três centrais daquela qualidade, não quero cometer nunca am parvoíce de fazer com que um se sinta o terceiro ou que algum sinta que perdeu algum tipo de corrida. Veja, por exemplo, que, no próximo domingo, o Otamendi não joga. Em situação normal, jogará o António e o Tomás. Na semana passada, aconteceu a mesma coisa. Tenho três centrais de uma qualidade extrema. Há outras posições onde posso ter uma maior dificuldade em ter jogadores. Ali, é uma garantia fantástica. Trabalham muito bem, têm personalidades diferentes. No treino, o António é mais exuberante do que o Tomás, mas são jogadores fantásticos, jovens. É um privilégio terem o Nico ao lado e poderem aprender com ele. Não é problema nenhum.» Leandro Barreiro em busca do lugar de Sudakov: «O Barreiro tem jogado bem, fez um bom jogo quando começou, e, em Guimarães, entrou e esteve bem, mas não considero jogar com um ou outro, porque podem perfeitamente jogar os dois. Até pode não jogar nenhum. São diferentes. Às vezes, há jogadores que ocupam posições parecidas em campo, mas que, ao nível das funções, têm perfis diferentes. A minha alegria é que, quando cheguei, foquei-me num grupo mais reduzido de jogadores, e o leque tem vindo a ficar maior. Começo a olhar para alguns jogadores de maneira diferente, no sentido de ser com olhos mais positivos. Isso ajuda-me, são problemas bons e fico contente, porque o meu plantel tem vindo a aumentar em opções.» Condição de Dedic: «Neste momento, os jogadores não sabem quem joga. É uma coisa que, normalmente, eu não faço. Eles não sabem. Amanhã, temos treino de manhã. A vantagem de jogar em casa é que podemos treinar no dia antes do jogo, e só amanhã é que os jogadores vão saber. Relativamente ao Dedic, amanhã posso ter mais dados. Entregou-se muito bem à recuperação, o departamento médico fez um trabalho fantástico com ele e o pessoal da ciência da desportiva também. Compareceu em treino, pela primeira vez, connosco, e pareceu-me sem qualquer tipo de limitação, mas, dentro de um par de horas, eles poderão dar-me mais alguns dados quanto à data do treino. A minha sensação é que está apto para jogar.»